sexta-feira, 20 de junho de 2014

Caatinga e Cerrado biomas mais ameaçados do Brasil





A Caatinga e o Cerrado estão entre os biomas mais ameaçados do Brasil. Ao mesmo tempo representam ecossistemas ricos em biodiversidade com alta taxa de endemismo. O Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) ocorre predominantemente na Caatinga e em algumas áreas do Cerrado e encontra-se na categoria Vulnerável (VU) da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção (IUCN, 2011), porém passando por um processo de reclassificação para Em Perigo (EN) por conta de perda de cerca de 50% do seu habitat nos últimos 10 anos. Estima-se que a população de tatu-bola tenha sofrido uma redução de pelo menos 30% devido ao desmatamento e a caça. Se nada for feito para a conservação da espécie, em 50 anos o tatu-bola poderá estar extinto na natureza. Conheça abaixo detalhes do Projeto de Conservação do Tatu-bola coordenado pela Associação Caatinga:
Objetivo geral
Promover a conservação do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) visando à manutenção da espécie na natureza reduzindo o seu risco de extinção.
Objetivos específicos
§  Gerar conhecimento atualizado sobre a ecologia e distribuição da espécie;
§  Identificar áreas prioritárias para a conservação da espécie;
§  Promover a conservação da espécie através da criação de Unidades de Conservação e estabelecimento de corredores ecológicos;
§  Tornar mais conhecidos a espécie e os ambientes naturais de ocorrência do tatu-bola;
§  Promover ações de educação ambiental para a sensibilização da sociedade sobre a espécie e os ambientes naturais onde ocorre.
Linhas de atuação
§  Levantamento para atualização das áreas de ocorrência do tatu-bola;
§  Levantamento do grau de ameaça da espécie;
§  Estudos comportamentais da espécie (ecologia da espécie);
§  Identificação das áreas prioritárias para conservação da espécie;
§  Iniciativas de conservação in situ;
§  Programa de repovoamento da espécie na Reserva Natural Serra das Almas;
§  Ações de Educação Ambiental com a espécie;
§  Buscar o reconhecimento da Caatinga e cerrado como patrimônio Nacional;
§  Criação de Fundo de Conservação da Espécie;
§  Busca de parcerias para ações de conservação nos dois biomas;
§  Fortalecimento Institucional da organização executora.

Área de Intervenção

Nos biomas Caatinga e Cerrado dos estados do Ceará e Piauí. Para os outros estados de ocorrência da espécie serão estabelecidas parcerias ao longo do projeto.


CAATINGA E CERRADO COMO PATRIMÔNIO NACIONAL


Vamos nos mobilizar para a provação da PEC 504/2010 que inclui o Cerrado e a Caatinga como Patrimônio Nacional.


A Comissão Pastoral da Terra convida a sua entidade para entrar na luta em defesa do Cerrado pela aprovação da PEC 504/2010.
Esta PEC foi apresentada com o número 115/95 pelo Deputado Federal Pedro Wilson, PT/GO. Várias iniciativas foram feitas: coleta de assinaturas, atividades na Câmara dos Deputados.  Depois de alguma emendas ela foi  apresentada com o numero 504/2010 e aprovada pela Comissão de Constituição Justiça e Cidadania. No dia 04 de junho de 2014,  a proposta entrou na pauta de votação nas duas sessões (ordinaria e extraordinária) sendo retirada primeiro por falta de tempo e em segundo por acordo dos lideres. Não sabemos o que motivou este acordo.
Em reunião com a assessoria dos Deputados Amauri Teixeira, Domingos Dutra e Pe João  percebemos que além de uma pressão por parte da sociedade, falta uma articulação dos deputados interessados na aprovação da mesma.
Desta forma, estamos organizando para o dia 01 de julho,  às 09  horas, na Câmara dos Deputados, no plenário 7, uma reunião para discutirmos a estratégia de pressão para que a PEC seja aprovada. 
Após a reunião com os deputados convidamos para uma reunião somente com as entidades que defendem o Bioma Cerrado, queremos discutir conjuntamente a proposta da Campanha em Defesa deste importante Bioma e de suas comunidades.
Nesse sentido, precisamos muito contar com o apoio e a presença da importante tarefa de articulação pró Cerrado e Caatinga, bem como articular outras entidades parceiras e deputados que apoiam esta iniciativa.

Atenciosamente!
Isolete Wichinieski
                                    


quarta-feira, 18 de junho de 2014

INTERCAMBIO INTERMUNICIPAL


 INTERCAMBIO INTERMUNICIPAL

Agricultores do município de Tapiramutá participam do intercâmbio na propriedade de seu Eduardo Emídio com o objetivo de buscar novos conhecimentos sua propriedade esta  localizada na comunidade de  Barreiros município de Riachão do Jacuipí
O intercambio intermunicipal é uma das ações existentes dentro do Programa Uma Terra Duas Águas, desenvolvido pela Articulação no Semiárido Brasileiro - ASA, financiado pelo BNDES e executado pela Cáritas Diocesana de Ruy Barbosa este presume a troca de experiências e saberes entre agricultores (a).
Todos estavam bastante curiosos e ansiosos queriam que chegasse logo, fomos recebidos com um grande sorriso de Eduardo Emídio, agricultor que desenvolve o Projeto Produzir e Preservar.

O projeto surgiu há 14 anos com o objetivo de criar alternativas de conviver no Semiárido e transformar a visão distorcida que a mídia tem sobre este região, seu Eduardo no inicio foi chamado de louco.

A propriedade de Seu Eduardo possui 55 tarefas conta com varias alternativas para conviver com o Semiárido, “é uma propriedade praticamente autossuficiente”, fala ele.
Seu Eduardo desenvolve técnicas que utilizam pouca água, além de desenvolver diversas experiências tanto na área de plantios como na criação de pequenos animais como galinhas, peixes e caprinos.  Experimentador, seu Eduardo começou a visita apresentando para os também agricultores (a) o plantio do umbuzeiro árvore que possui grande importância para o nordestino, pois possui um grande potencial de armazenamento de água nas raízes além de oferecer frutos que podem ser transformados em doce, geleia, sucos e outros.



Em sua área existem tecnologias como barreiro-trincheira, umas das alternativas de driblar a longa estiagem e cria alguns peixes. Com a água do Barreiro, de uma cisterna-calçadão e de uma barragem subterrânea, possibilita a Eduardo a criação de animais como também para regar diversas árvores frutíferas presentes na sua propriedade.
Eduardo apresentou um circulo cheio de plantas, galinhas, peixes, muitos não conheciam, mas já mostravam interesse em conhecer. Este círculo no centro da propriedade de Seu Eduardo se tratava de uma mandala, técnica que respeita a agricultura ecológica, onde quanto maior a diversidade de plantas, ou animais como o caso da do seu Eduardo, maior o equilíbrio ambiental e menor o índice de pragas e a necessidade de intervenção.

Outra experiência bastante interessante é o sistema de criação de caprinos de leite  Eduardo em seu rebanho a  2º recordista baiana de leite de cabra e o mais interessante os animais são alimentados com a culturas da caatinga, ele  ainda ajuda na preservação da caatinga fazendo o recaatingamento.

Por fim todos saíram abastecidos de conhecimentos e com uma certeza que é possível viver bem no Semiárido basta buscar técnicas de convivência que possibilita aproveitar a propriedade de maneira ecologia e sustentável.


























sexta-feira, 13 de junho de 2014

"Transposição do São Francisco não democratiza a água no semiárido"


"Transposição do São Francisco não democratiza a água no Semiárido"


Obra mais cara do Programa de Aceleração do Crescimento, o projeto de integração do rio São Francisco acumula anos de atraso. As obras foram iniciadas em 2007, com o objetivo de levar água para 390 municípios do semiárido nordestino, mas as previsões de entrega do eixo norte (em 2010) e do eixo leste (2012) não se concretizaram. Hoje, a transposição segue sendo uma zona desconfortável para o governo federal, que sofre críticas não apenas pelo atraso, mas pela realização da obra.
O governo reconhece os problemas. Neste mês, em visita ao município de Jati, no Ceará, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo subestimou a complexidade do projeto, mas afirmou que "em nenhum lugar do mundo em dois anos é feita uma obra dessa dimensão". Dilma prometeu a finalização do projeto até 2015.
Especialistas, no entanto, questionam o tamanho do investimento, que era da ordem de 4,8 bilhões de reais, mas hoje já está na casa dos 8,2 bilhões de reais, segundo o Ministério da Integração Nacional. "É uma obra quase megalomaníaca, grandiosa demais, que passa por cima de comunidades indígenas, comunidades tradicionais, de agricultura familiar e que favorece em grande parte os grandes produtores", diz Naidison Baptista, coordenador da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), rede que reúne organizações da sociedade civil voltadas para o semiárido. "Ela não é uma obra de democratização da água, é mais uma obra de concentração da água", critica.
O objetivo da obra também é alvo de polêmica. Para Baptista, a ideia de beneficiar comunidades e famílias do semiárido poderia ser alcançada com obras menores. "As cidades que têm colapso em época de estiagem poderiam ser abastecidas com adutoras (encanamentos que ligariam o Rio São Francisco às comunidades), uma obra de muito menos complexidade e menos custo", afirma ele. Baptista afirma que parte do benefício da transposição irá para o a agronegócio. "Ela é voltada para os grandes produtores de fruticultura para exportação. Principalmente no eixo norte, são poucas as cidades abastecidas."
Segundo ele, o que deveria ocorrer no semiárido é a chamada "convivência com a seca". Um dos carros chefes dessa campanha é o Programa Um Milhão de Cisternas, coordenado pela ASA, chefiada por Baptista, e iniciado no governo Lula em 2003. O objetivo é dar uma cisterna para cada família do semiárido. As cisternas são capazes de armazenar 16 mil litros de água de água captados durante os períodos de chuva, que poderão ser utilizados durante a estiagem. A meta do governo é entregar 750 mil cisternas até o final do ano, quando se encerra o mandato de Dilma Rousseff. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente já foram entregues 600 mil cisternas e o projeto constrói, em média, 1 mil cisternas por dia.
Em nota, o Ministério da Integração Nacional rebateu às críticas. O governo afirma que o termo "transposição" é errado e defende que a obra é um projeto de integração. "Em uma transposição, o curso do rio é desviado, enquanto que na integração são realizadas obras para integrar as bacias do Rio e levar água aos 390 municípios do projeto, por meio de túneis, adutoras, estações de bombeamento e barragens", diz a nota.
Quanto ao prazo, o ministério afirmou que a obra é a maior de infraestrutura hídrica do país e uma das 50 maiores do mundo. "O prazo de conclusão da obra é perfeitamente compatível com a dimensão e complexidade do empreendimento", diz a pasta. "China, Estados Unidos, Espanha, África do Sul e outros países levaram, em média, 15 anos para concluir iniciativas semelhantes. A experiência brasileira foi iniciada em 2008 e será finalizada em 2015, num prazo de sete anos."
Quanto à maior polêmica, referente aos principais beneficiados pela obra, o governo afirma que não tem como dimensionar o tamanho do impacto no agronegócio, pois a atenção das obras estariam voltadas para a população. "A outorga do Projeto de Integração do Rio São Francisco é destinada prioritariamente para o consumo humano e dessedentação [matar a sede] animal. Portanto, não há como esta Pasta estimar custos e benefícios da produção agrícola", diz a nota.
O ministério afirma ainda que serão 12 milhões de pessoas impactadas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, e informa que as propostas apresentadas por entidades civis, como a ASA, foram analisadas e descartadas. "Conforme Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), o Projeto de Integração do Rio São Francisco foi a mais consistente alternativa estrutural para o fornecimento garantido e adequado de água à região". O governo afirma ter estudado hipóteses como o uso de águas subterrâneas, dessalinização de águas, a integração com outras bacias hidrográficas e a implantação de novos açudes, porém as obras de infraestrutura no São Francisco foram mais bem sucedidas quando se considerou a produtividade e adaptação às condições locais.