Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz
Brasília, 08 de junho de 2016. Carta de apoio ao 22º Grito dos Excluídos
Senhores Cardeais, Arce/Bispos, agentes de pastorais
O Grito dos/as Excluídos/as está completando 22 anos e já alcançou dimensão continental.
Nasceu a partir da Campanha da Fraternidade de 1995, cujo tema era “Fraternidade e os excluídos”
e o lema: Eras tu, Senhor?
Ao contemplar as faces da exclusão na sociedade brasileira, setores ligados às Pastorais
Sociais da Igreja optaram por estabelecer canais de diálogo permanente com a sociedade
promovendo, a cada ano, na semana da Pátria, o Grito dos/as Excluídos/as. Em seu percurso, o
Grito experimentou desafios e dificuldades e soube, acima de tudo, manter, com liberdade
profética, sua presença crítica diante da desafiante situação de exclusão que persiste para grande
parte da população brasileira.
O Grito dos/as Excluídos/as não se limita ao sete de setembro. Vai além. Em preparação ao
evento são promovidos debates, seminários, fóruns temáticos e conferências envolvendo
entidades, instituições, movimentos e organizações da sociedade civil fortalecendo as legítimas
reivindicações sociais e reforçando a presença solidária da Igreja junto aos mais vulneráveis,
sintonizando-a aos seus anseios e possibilitando a construção de uma sociedade mais justa e
solidária.
Em 2016 o 22º Grito dos/as Excluídos/as tem como lema “Este sistema é insuportável:
exclui, degrada, mata”. O lema inspira-se no discurso do Papa Francisco durante o IIº Encontro
Mundial com os Movimentos Populares, ocorrido na Bolívia, em 2015. Nele, o Papa conclama a
promovermos mudanças que transformem este sistema capitalista depredador para uma economia
a serviço da vida e dos povos.
Agradecemos aos senhores pelo apoio recebido ao longo destes anos e nos
comprometemos a continuar gritando pela vida em primeiro lugar. Solicitamos-lhes, mais uma vez,
o efetivo apoio à essa iniciativa que renova a esperança dos pobres e os torna sujeitos de uma nova
sociedade, sinal do Reino de Deus.
Com estima e consideração,
Dom Guilherme Antônio Werlang
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz.
terça-feira, 21 de junho de 2016
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Carta da ASA frente à conjuntura política e ao governo interino
Nesse momento de extrema crise política, econômica e ética que vive o Brasil, a Articulação
Semiárido Brasileiro (ASA), rede que articula cerca de 3 mil organizações da sociedade civil e
atua em defesa da vida e garantia de direitos das pessoas, manifesta sua posição diante de tão
grave golpe deflagrado contra a democracia, a justiça e os direitos sociais do povo brasileiro.
Entendemos, também, que a crise atual não é apenas uma crise interna. Ela tem uma
abrangência mais ampla e faz parte dos interesses do capital especulativo internacional, de modo
particular na América Latina, que deseja apropriar-se dos bens e riquezas das populações, a
exemplo do pré-sal, da mineração, da biodiversidade, da água doce e das terras.
Entendemos que a tomada do Governo Dilma faz parte dessa estratégia do capital internacional,
aqui liderada por uma elite machista, sexista e homofóbica, que nunca aceitou a derrota nas urnas
e o avanço das conquistas sociais. O que está em jogo não é apenas a derrubada de uma
presidenta eleita legitimamente pela vontade popular, mas a derrubada de inúmeras políticas que
vêm transformando a vida de homes e mulheres em todo o Semiárido brasileiro, entre as quais
merecem destaque: Programa Água para Todos, em especial as cisternas de placas; Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA); Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Pronatec;
Minha Casa Minha Vida; Mais Médicos; Assistência Técnica; Bolsa Família; Garantia Safra;
Pronera; Expansão das Universidades e Centros Tecnológicos; entre outros.
Embora ainda estando num momento inicial de apropriação da máquina pública, a elite
conservadora, a cada dia, explicita o seu projeto de exclusão de direitos e políticas construídas
com muita luta. São ameaças reais como: extinção dos Ministérios de Desenvolvimento Agrário
(MDA) e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), estes responsáveis
pelos avanços, principalmente na agricultura familiar.
Está também sob ameaça real toda a metodologia de participação social, através da qual a
sociedade contribuiu diretamente na construção de inúmeras políticas públicas. A ideia é diminuir
o Estado e seus serviços para aumentar o lucro das grandes empresas, privatizando os serviços
públicos.
Diante desse grave quadro, a ASA entende que só o resgate de princípios éticos e democráticos,
o funcionamento imparcial das instituições e a união das forças populares do campo e da cidade
serão capazes de restabelecer o processo democrático e avançar na construção de um País mais
justo e solidário.
Dessa forma, a ASA não reconhece a legitimidade do atual governo e se somará a todas as forças
vivas e democráticas que resistem ao golpe parlamentar e lutam diuturnamente para que os
direitos e conquistas adquiridos, à custa de muito enfrentamento, continuem sendo efetivadas e
implementadas, para que tenhamos um Semiárido cada vez mais vivo e SEM NENHUM DIREITO
A MENOS!
Semiárido Brasileiro, 09 de junho de 2016
Coordenação Executiva da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA)
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