O desenvolvimento sustentável e solidário vai além do aspecto econômico, integrando as dimensões sociais, culturais, políticas e ambientais – tendo como finalidade a melhoria da qualidade de vida. Essa concepção tem como fundamento à mobilização social e coletiva para a autogestão de seu desenvolvimento.
O Semiárido brasileiro se estende por uma área que abrange a maior parte dos Estados da região Nordeste e possui 1.133 municípios, ocupando uma área de 974.752 Km2. É o maior e mais populoso do mundo. Com mais de 22,6 milhões de habitantes, representando 11,8% da população brasileira, sendo 44% desta residente na área rural, a maior porcentagem do país.
A Cáritas Brasileira desenvolve o Programa Convivência com o Semiárido para beneficiar a população com diversos projetos. Luiz Claudio Lopes da Silva (Mandela), assessor e membro da colegiada nacional da entidade, conta como esse programa contribui para a transformação da vida de milhares de pessoas.
Cáritas – Como funciona o programa? E desde quando?
Mandela - A Cáritas tem sido uma presença constante na realidade do Semiárido, contribuindo com as famílias empobrecidas por meio de diversas formas de atuação: na realização de campanhas de solidariedade nos momentos emergenciais de calamidade pública, que agravam a situação estrutural de miséria e pobreza na região; no desenvolvimento de ações permanentes de formação e de apoio às organizações comunitárias; nas iniciativas comunitárias de geração e melhoria da renda, na disseminação de técnicas apropriadas de manejo de recursos hídricos, e no apoio (financeiro e material) de mananciais hídricos para o abastecimento familiar.
 O Programa de Convivência com o Semiárido não se resume à construção de cisternas e outras ações de apoio hídrico e produtivo. As ações político-pedagógicas são prioritárias. Os processos pedagógicos se referem tanto a disseminação de alternativas viáveis para a convivência com o Semiárido quanto à realização de campanhas educativas para conhecimento adequado da realidade e respeito aos seus.
Com isso, a Cáritas vem consolidando nos últimos 14 anos uma estratégia de atuação na região, que tem como elemento central, a visão de que o Semiárido é uma região com particularidades climáticas que determinam a sua organização social, econômica e política.
Cáritas – Sabe-se que há famílias beneficiadas com cisternas, por exemplo. Qual é a quantidade de famílias beneficiadas, aproximadamente? E como são esses benefícios?
Mandela – No decorrer destes anos estima-se que o programa de Convivência com o Semiárido atingiu diretamente mais de 70 mil famílias com as ações de recursos próprios ou mobilizados pela Cáritas. No entanto, o grande ganho para a sociedade do Semiárido é que as tecnologias sociais concebidas pela Cáritas ou por outras entidades parceiras estão se constituindo em políticas e programas executados com recursos públicos com impacto direto em mais de 600 mil famílias.
Cáritas – Qual é a importância do programa na transformação da vida dessas pessoas?
Mandela – Estamos passando por período de longa estiagem com consequências gravíssimas para a vida, a economia e o desenvolvimento da região, no entanto, conseguimos observar que as famílias que foram beneficiadas por ações do programa estão conseguindo atravessar esse período em condições mais favoráveis que outras.
Cáritas – Quais são parcerias que a Cáritas têm para o desenvolvimento desse programa? Como essas parcerias funcionam? Qual é o papel da Cáritas?
Mandela – No decorrer destes mais de dez anos vários parceiros contribuíram com as ações do programa, uma grande parte deles da cooperação internacional, a exemplo: de Manos Unidas, Catholic Relief Service (CRS), Cáritas Alemã, Cáritas Noruega, dentre outras. Existe também outro grupo de parceiros nacionais e internacionais que de forma institucional ou pessoal também apóiam o programa, seja através de campanhas para doações ou mesmo por meio de acordos e convênios.

Solidariedade que transforma.

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por Mariana Guedes, estagiária da Assessoria de Comunicação da Cáritas Brasileira / Secretariado Nacional